(Van Gogh) |
A vida, esta não passamos a limpo, posto que não é rascunho, é “acontecência”.
Há, portanto, marcas que são indeléveis ... nos atingem na alma!
Então, muita coisa aí nos cabe e, por vezes, deixamos-na ao vento, à sorte, feliz ou não, do outro.
Riobaldo, em sua saga rosiana, já dizia: “Dói sempre na gente, alguma vez, todo amor achável, que algum dia se desprezou” ...
Assim, giram as estações e o tempo segue seu curso, toma o seu rumo, cumpre seus ciclos.
Caem as folhas e mudam-se os ares, os cheiros, ora secos, ora molhados.
Fecham-se as feridas, abrem-se outras, algumas alhures, outras no mesmo lugar.
Renovam-se as cenas, os gostos, as crenças. Renasce a esperança...
Tranqüilidade aparente, sossego ilusório.
Ao som de um único acorde, ante uma só nuance, um fio de reminiscência, tudo se funde e se presentifica numa explosão de sentidos.
Tudo continua lá e nada se curva. Disso, não há como fugir.
Tanto nos parecerá prazeroso ou doloroso, quanto fomos, outrora, capazes de ser e de fazer, o que muito influi sobre o que somos e o que viremos a ser ...
Melhor, então, é acreditarmos que algumas coisas não custam nada e valem muito!
E, aí, nem mega-grandiosos, nem medíocres, humanos, simplesmente, humanos!
(Luciana Martins)
Nenhum comentário:
Postar um comentário