"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro"... (Clarice Lispector)

Quem sou eu

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Quem eu sou? Não sou! Estou sendo, buscando, fazendo, estreando, encerrando, errando, reiniciando, ressignificando, desejando sempre mais... Acontecências! Ato, letargia, movimento, inspiração ... Em busca das essências no baú das minhas quimeras existências! Acont-essências! Dentre tudo aquilo que me constitui, vou construindo minha identidade, sempre metamorfoseada, a partir de tudo o que me marca em minha totalidade, em nada redutível, enquanto pessoa, mulher, cidadã, psicóloga, professora, aspirante a escritora ... Enfim, enquanto gente face a tudo o que diz das minhas, das nossas vivências. Gente que gosta de gente e que está sempre às voltas com as vicissitudes do humano! Acont-essências!

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Boas-vindas!

Sejam todos bem-vindos a este despretensioso mundinho literário, um cantinho para a produção de sentidos face às nossas vivências humanas! (Ainda em construção)















Aconchego: para um bom papo, regado a um bom café, quiçá a um ótimo vinho

Aconchego: para um bom papo, regado a um bom café, quiçá a um ótimo vinho
"Não basta abrir as janelas para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego para ver as àrvores e as flores. Para ver as árvores e as flores é preciso também não ter filosofia nenhuma.
Procuro despir-me do que aprendi.
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras, desembrulhar-me e ser eu...
O essencial é saber ver".
(Alberto Caeiro).



domingo, 3 de abril de 2011

Ser-tão

Eu sou do norte, quem comigo pode?
Eu sou da lida, quem comigo fia?
Eu sou amiga, pronta à travessia,
com a poesia, que brota desses Gerais!
Eu sigo faceira, feito mulher rendeira.
À espera do guia, para iluminar o meu dia.
Eu sou mulata, não trago ouro nem prata.
Eu sou do mundo, sem um mistério profundo.
Eu sou ardente, vem comigo pra frente?
Pra lá do norte, deixando o curral das mortes!
Seguindo o rio, onde deságua o meu cio.
Eu quero a sorte de sempre voltar para o norte!
(Luciana Martins)

Quimeras

Ai de mim, que venho no vento, cansada do tempo, sedenta de um porto, impedida de um pouso ...

Ai de mim, que vivo na beira, margeando o lago, esperando um artefato para chegar ao seu lado.

Um largo espaço, junto do teu braço. E, neste compasso, façamos um pacto!
Que seja de  bom grado, com um certo cuidado, em torno do quadro.
De noite e de dia, que eu ganhe um nome, mais que um codinome, envolto em um laço, feito um abraço!
Em tempos de maio ... Ai de mim!
(Luciana Martins)

sábado, 2 de abril de 2011

Mural dos desejos

(Van Gogh)
 Há quem diga que tudo passa...
A vida, esta não passamos a limpo, posto que não é rascunho, é “acontecência”.
Há, portanto, marcas que são indeléveis ... nos atingem na alma!
Então, muita coisa aí nos cabe e, por vezes, deixamos-na ao vento, à sorte, feliz ou não, do outro.
Riobaldo, em sua saga rosiana, já dizia: “Dói sempre na gente, alguma vez, todo amor achável, que algum dia se desprezou” ...
Assim, giram as estações e o tempo segue seu curso, toma o seu rumo, cumpre seus ciclos.
Caem as folhas e mudam-se os ares, os cheiros, ora secos, ora molhados.
Fecham-se as feridas, abrem-se outras, algumas alhures, outras no mesmo lugar.
Renovam-se as cenas, os gostos, as crenças. Renasce a esperança...
Tranqüilidade aparente, sossego ilusório.
Ao som de um único acorde, ante uma só nuance, um fio de reminiscência, tudo se funde e se presentifica numa explosão de sentidos.
Tudo continua lá e nada se curva. Disso, não há como fugir.
Tanto nos parecerá prazeroso ou doloroso, quanto fomos, outrora, capazes de ser e de fazer, o que muito influi sobre o que somos e o que viremos a ser ...
Melhor, então, é acreditarmos que algumas coisas não custam nada e valem muito!
E, aí, nem mega-grandiosos, nem medíocres, humanos, simplesmente, humanos!
(Luciana Martins)

Flores para Chica


Chica, quantos sabores me trazem a tua lembrança. Tão quente e saborosa, quanto as guloseimas de sua produção. Cozinha farta de amor e dedicação! 
Doce Lembrança! Forte, feliz, presente, sempre. Tanto quanto tudo o que me destes ao longo de nossa tão compartilhada existência. Ricas vivências, de nada em vão!
Em meio aos temperos, fica para mim o segredo que é a arte de amar, refletida no saber cozinhar. Assim, quando me aventuro, seguindo o teu rumo, sinto tua presença a me iluminar. Após tantas iguarias, busco nas especiarias um caminho para te encontrar. 
Amor vivido aos montes, tal como um belo horizonte, diante do pomar. Amor singular! Amor de alma, amor de Vó, em sua escancarada predileção.
Quanta doação!
Herança bendita, com tantos ditos e admiração. Fonte de inspiração! Mulher simples, altiva, de grande determinação. Elegância na fita, sobretudo na ação. Mulher sábia, de fibra, de estimada devoção. Quanta lição!
Cenas de uma vida vivida em comunhão.
Chica, no seu posto de rainha, lambendo a criação.
Nos ensinando que a vida, só tem sentido na via da interação.
Quanta união!

Chica, ah, Chica ...  matriarca, amada, trago-lhe flores no jardim do coração!

(Luciana Martins)

Baú das existências

No baú das existências, produzimos nossas essências. Quimeras de uma vida sempre em construção. Capturados pelos enigmas do desconhecido, do inusitado, do insondável de nós mesmos, vemo-nos, frequentemente, diante do indizível, do extraordinário, daquilo que tanto nos assombra, quanto nos instiga. De outro ponto, somos flagrados pelo familiar, o comum do cotidiano que, em sua rotina, nos traz desgastes os quais nos levam ao vazio da inquietante acomodação. Bem ou mal, vivemos, continuamente, sob a ameaça do vir a ser para não cairmos na mera espectação. Coragem!
(Luciana Martins)