"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro"... (Clarice Lispector)

Quem sou eu

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Quem eu sou? Não sou! Estou sendo, buscando, fazendo, estreando, encerrando, errando, reiniciando, ressignificando, desejando sempre mais... Acontecências! Ato, letargia, movimento, inspiração ... Em busca das essências no baú das minhas quimeras existências! Acont-essências! Dentre tudo aquilo que me constitui, vou construindo minha identidade, sempre metamorfoseada, a partir de tudo o que me marca em minha totalidade, em nada redutível, enquanto pessoa, mulher, cidadã, psicóloga, professora, aspirante a escritora ... Enfim, enquanto gente face a tudo o que diz das minhas, das nossas vivências. Gente que gosta de gente e que está sempre às voltas com as vicissitudes do humano! Acont-essências!

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Boas-vindas!

Sejam todos bem-vindos a este despretensioso mundinho literário, um cantinho para a produção de sentidos face às nossas vivências humanas! (Ainda em construção)















Aconchego: para um bom papo, regado a um bom café, quiçá a um ótimo vinho

Aconchego: para um bom papo, regado a um bom café, quiçá a um ótimo vinho
"Não basta abrir as janelas para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego para ver as àrvores e as flores. Para ver as árvores e as flores é preciso também não ter filosofia nenhuma.
Procuro despir-me do que aprendi.
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras, desembrulhar-me e ser eu...
O essencial é saber ver".
(Alberto Caeiro).



segunda-feira, 13 de junho de 2011

Mulher(es) de Holanda

 "Preciso não dormir
 Até se consumar
 O tempo da gente.
 Preciso conduzir
 Um tempo de te amar,
 Te amando devagar e urgentemente.
 Pretendo descobrir
 No último momento
 Um tempo que refaz o que desfez,
 Que recolhe todo sentimento
 E bota no corpo uma outra vez.
 Prometo te querer
 Até o amor cair
 Doente, doente...
 Prefiro, então, partir
 A tempo de poder
 A gente se desvencilhar da gente.
 Depois de te perder,
 Te encontro, com certeza,
 Talvez num tempo da delicadeza,
 Onde não diremos nada;
 Nada aconteceu.
 Apenas seguirei
 Como encantado ao lado teu".
 (Todo o sentimento, Chico Buarque).

sábado, 11 de junho de 2011

Amores serão sempre amáveis

“Amores serão sempre amáveis”... O amor, sem dúvida, reverbera, transcende ao ato de amar dos amantes e, certamente, a eles próprios ... Chico, nesta música, Futuros Amantes, segundo ele mesmo, fala do "amor adiado, aquele que fica pra sempre… a idéia do amor que existe como algo que pode ser aproveitado mais tarde, que não se desperdiça… passa-se o tempo, passam-se milênios, e aquele amor vai ficar até debaixo d’água, e vai ser usado por outras pessoas, amor que não foi utilizado, porque não foi correspondido, então ele fica impar, pairando, esperando que alguém apanhe e complete a sua função de amor" … Então, para completar a sua função, aquilo que o legitima, que o torna real, significa que ele não basta a si mesmo, pressupondo, sempre, o inadiável, o encontro ...

Futuros Amantes (Chico Buarque)

(Van Gogh)
 "Não se afobe, não
 Que nada é pra já
 O amor não tem pressa
 Ele pode esperar em silêncio
 Num fundo de armário
 Na posta-restante
 Milênios, milênios
 No ar
 E quem sabe, então
 O Rio será
 Alguma cidade submersa
 Os escafandristas virão
 Explorar sua casa
 Seu quarto, suas coisas
 Sua alma, desvãos
 Sábios em vão
 Tentarão decifrar
 O eco de antigas palavras
 Fragmentos de cartas, poemas
 Mentiras, retratos
 Vestígios de estranha civilização
 Não se afobe, não
 Que nada é pra já
 Amores serão sempre amáveis
 Futuros amantes, quiçá
 Se amarão sem saber
 Com o amor que eu um dia
 Deixei pra você"

domingo, 5 de junho de 2011

A magia do encontro real

"Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a dum jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto convidou-a pra rodar
Então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar
E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda a cidade enfim se iluminou
E foram tantos beijos loucos
Tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz."
(VALSINHA - Vinicius de Moraes - Chico Buarque 1970)