"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro"... (Clarice Lispector)

Quem sou eu

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Quem eu sou? Não sou! Estou sendo, buscando, fazendo, estreando, encerrando, errando, reiniciando, ressignificando, desejando sempre mais... Acontecências! Ato, letargia, movimento, inspiração ... Em busca das essências no baú das minhas quimeras existências! Acont-essências! Dentre tudo aquilo que me constitui, vou construindo minha identidade, sempre metamorfoseada, a partir de tudo o que me marca em minha totalidade, em nada redutível, enquanto pessoa, mulher, cidadã, psicóloga, professora, aspirante a escritora ... Enfim, enquanto gente face a tudo o que diz das minhas, das nossas vivências. Gente que gosta de gente e que está sempre às voltas com as vicissitudes do humano! Acont-essências!

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Boas-vindas!

Sejam todos bem-vindos a este despretensioso mundinho literário, um cantinho para a produção de sentidos face às nossas vivências humanas! (Ainda em construção)















Aconchego: para um bom papo, regado a um bom café, quiçá a um ótimo vinho

Aconchego: para um bom papo, regado a um bom café, quiçá a um ótimo vinho
"Não basta abrir as janelas para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego para ver as àrvores e as flores. Para ver as árvores e as flores é preciso também não ter filosofia nenhuma.
Procuro despir-me do que aprendi.
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras, desembrulhar-me e ser eu...
O essencial é saber ver".
(Alberto Caeiro).



domingo, 22 de maio de 2011

Parole, parole

A palavra liberta, reivindica, transborda ... Não cabe em si, havendo algo de transcendente e irreconciliável. Invade os meandros intersticiais, em busca de um alvo certo. Transforma, quando não manipula ou fere de morte os mais sensíveis ao seu poder. Sob essa luz, nutre, cura, revela, seduz ... Possibilita ser em ato, especialmente quando encontra a acolhida face às angústias que suscita, funcionando como um afago tal como um cobertor quente em noite fria. Viabiliza, pois, o encontro na arte de expressão e tessitura de sentidos. Mas, não sem riscos. Há sempre um ônus frente ao que a palavra desnuda, ainda que pareça ingênua quando pousa e repousa após suas batidas borboletantes em infinitos e corajosos vôos. Lispector que o diga: "A palavra é o meu domínio sobre o mundo". Ah! Sábias palavras ... Claro, é Clarice!
(Luciana Martins)

Vulnerabilidade humana. Com a palavra, Quintana:

"Da vez primeira que me assassinaram
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha ...
Depois, de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha ...

E hoje, dos meus cadáveres, eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada ...
Arde um toco de vela, amarelada ...
Como o único bem que me ficou!

Vinde, corvos, chacais, ladrões da estrada!
Ah! Desta mão, avaramente adnunca,
Ninguém há de arrancar-me a luz sagrada!

Aves da noite! Asas do Horror! Voejai!
Que a luz, trêmula e triste como um ai,
A luz do morto não se apaga nunca!"
(Mario Quintana)